- Elni Elisa Willms

Para isto sofri e passei por tudo. Por tudo. E era isso o que era preciso. Apenas isto.

Rainer Maria Rilke, As elegias a Duíno e sonetos a Orfeu, Porto: Editorial Inova, s/d, p. 18

Em 10 de maio de 2013 procurei a Terapeuta Reencarnacionista Carolina Scodeler para dois tratamentos: um para meu filho Otávio (25 anos) e outro para mim. Otávio fez o tratamento dele concentrado em uma semana, pois estava em São Paulo de férias. O meu começou no início de junho e se prolongou até 07/07/2013.

Porque procurei o tratamento do Núcleo Revisão? Justamente para revisar aspectos da vida, para compreender as mudanças que estavam acontecendo e encontrar perspectivas para seguir. Havia em mim uma intuição: alguns ciclos estavam se fechando e para seguir eu precisava deixar “a casa em ordem”. Vivências que terminaram, separações, traumas, medos, mágoas, angústias, inseguranças e dificuldade para perdoar eram presenças energéticas fortes que nublavam minha existência.

A primeira tarefa que trouxe para casa, depois da primeira entrevista, foi listar trinta defeitos e trinta qualidades. Um exercício formidável para auto percepção. Comigo sucedeu de elencar vários defeitos que, ao longo da terapia, fomos percebendo, eram na verdade coisas do passado, de um passado bem distante, quem sabe até antes desta vida. Alguns defeitos eram como se estivessem comigo há muito tempo, mas não eram meus. Eram coisas/expressões/impressões de outras pessoas a meu respeito. Então, na releitura com a Carolina, fomos apagando, literalmente riscando do papel como exercício de dizer: você não existe mais!

Outros defeitos eram sinais para “desempacar”, para sair do lugar, para transmutar, como por exemplo, da preguiça para a diligência, de menina mimada para ter atitude de adulta, de ciumenta para ter autoconfiança, de indecisa para tomar decisões, da baixa autoestima para a autovalorização positiva e assim por diante. Visualizar a relação de defeitos, refletir sobre eles junto de outra pessoa mais experiente e ancorada pelos mentores da casa, revelou-se altamente enriquecedor para mim. Uma tomada de consciência necessária. Tomar consciência para tomar atitude de mudar essas energias que atrapalhavam minha vida.

Quanto às qualidades, várias delas não eram qualidades, mas como eu operava no mundo, outras eram expressões do meu gosto pessoal. Havia uma grande dificuldade em ver e reconhecer o que eram valores pessoais, minhas qualidades. Aprendi, então, a ler os meus sentimentos, percebendo que tenho um ritmo que às vezes é rápido para algumas coisas e lento para outras, que cumpro prazos (e não sou preguiçosa), que sou receptiva e acolhedora, alegre, generosa, inteligente, intuitiva, saudável fisicamente e que me sinto uma pessoa espiritualizada. Foi muito bom reconhecer isto em mim, valorizando-me. Esta consciência foi se desenhando aos poucos pela mediação da Carolina, pelos exercícios de regressão e releitura dos aspectos simbólicos trazidos à tona. Tudo ia fazendo sentido, aos poucos.

Os processos regressivos foram muito doloridos, no início. Doloridos, porque traduziam exatamente meu estado interior adoecido, maltratado, machucado tanto por mim quanto pelas vivências ao longo da vida. Era isto que precisa curar e transmutar para poder seguir. Compreender porque repetia padrões que me faziam mal. Sobretudo me ajudou a aceitar minha natureza, valorizando o que ela tem de bom.

Trilhei um caminho que seguiu mais ou menos estes passos:

1. Abertura para mudança, querer se transformar: intenção e vontade;
2. Ter fé
3. Ter coragem para enfrentar os fantasmas e medos, olhando para os defeitos e dificuldades com amor, para que pudesse transmutá-los;
4. Ser amorosa comigo: não é fácil deparar-se com medos, angústias, mágoas...
5. Acolher, com sensibilidade, as orientações dos mentores. Parece que eles “falam” por meio de uma intuição mais apurada...
6. Compreender, junto com a Terapeuta Carolina, os sinais simbólicos que emergiam a partir das imagens regressivas, como isso repercutia na vida real;
7. Decidir se transformar, percebendo com consciência quando os velhos padrões teimavam em voltar ao comando;
8. Orar, abrindo-me à inspiração divina para fortalecer a cura;
9. Persistência;
10. Gratidão.

Os benefícios dessa caminhada se traduzem por uma espécie de renascimento. Algo que não sei bem traduzir em palavras, mas minha percepção mudou a respeito de quem sou. Sinto-me mais confiante a respeito de quem sou, diante de mim e dos outros. Não que a tarefa esteja concluída. Penso que é um cuidado diário, mas me sinto melhor diante de mim e das exigências da vida: pronta para seguir em frente. Sinto-me fortalecida e amparada, física, emocional e espiritualmente. Associei ao tratamento regressivo outras técnicas da própria casa, como massagens e rituais de cura diversos. Alguns de nível mais corporal, outros espirituais, astrais e mentais.

Por tudo isso recomendo o trabalho da Carolina Scodeler.